EMOÇÕES E HOMENAGENS MARCARAM O 30º TROFÉU ANGELO AGOSTINI - O DIA DO QUADRINHO NACIONAL
Emocionante. Assim foi a festa de entrega
do Troféu Angelo Agostini deste ano.
Para a premiação de quadrinhos mais antiga
do país atingir a marca de 30 edições, não foi nada fácil. Afinal, em um país
sem memória, lá em 1983, uma récem fundada associação intitulada AQC, instituiu o dia 30 de janeiro, como sendo o Dia do Quadrinho Nacional, e nessa data, passou a
homenagear os artistas que dedicaram pelo menos 25 anos de trabalho às nossas HQs, consagrando-os como Mestres. Dessa
homenagem, precedida de um troféu, ampliou-se para também premiar os melhores
artistas e trabalhos do ano anterior.
E quando se fala em homenagem, a emoção
sempre prevalece.
Assim foi nesses 30
anos e não seria diferente, naquela tarde de 01 de fevereiro ultimo, no
Auditório da Biblioteca do Memorial da América Latina.
EXPOSIÇÃO DOS MESTRES
A programação começou às 13
horas, com a abertura da exposição MESTRES DO QUADRINHO NACIONAL, que apresenta uma pequena amostra do talento de
artistas já consagrados como Mestres pela AQC , como Rodolfo Zalla, Julio
Shimamoto, Deodato Borges Filho (Mike Deodato), Primaggio Mantovi, entre
outros. A mostra inclui também artes
inéditas, enviadas especialmente para a exposição, que ficará em cartaz até o
dia 28 de fevereiro.
Panorama da exposição
Logo depois, o cartunista Flavio Almeida,
lançou e autografou Flaviolândia, coletânea de 35 anos de seu trabalho na
imprensa, em publicações como O Pasquim e MAD.
Emoção foi ver as mulheres tomarem conta de todo o ambiente, reafirmando seu talento também nos cartuns e
nas HQs, com o lançamento da revista Picles “SÓ MULHERADA”, que apresenta
trabalhos de Anita Costa Prado, Natalia Forcat, Thina Curtis, Rose Araújo e
tantas outras, totalizando 46 autoras de várias partes do país, além de
Portugal e Japão.
Junto com elas, outros autores também
levaram suas revistas para o evento, como Byrata (Xirú Lautério), Marcos
Venceslau (Humor em quadrinhos), Bira Dantas (Bira Zine 2), Daniel Esteves (São
Paulo dos Mortos), Quadrinhos Inquietos (vários), Eduardo Vetillo (A Retirada
da Laguna) entre outros. A Loja COMIX, se fez mais uma vez presente, levando
boa parte de seus títulos. E não é emocionante você adquirir autografado, aquele gibi que tanto procurava?
Natalia Forcat, Anita Costa Prado, Byrata, Regi e Thina Curtis
MAIS EMOÇÃO NAS HOMENAGENS
Às 14 horas, começou a exibição de “Kactus
Canini Kid – uma Graficobioanimada”, curta metragem produzido pelo desenhista e
roteirista gaúcho Lancast Mota (criador da série animada Anabel), contando um
pouco da carreira de Renato Canini, que foi um dos maiores desenhistas
brasileiros e nos deixou em 30 de outubro último, aos 77 anos. Na
sequência, o próprio autor do curta, participou de um bate papo, ao
lado de Fernando Ventura e Primaggio Mantovi, artistas que tão bem conheciam a
pessoa sensível e o criador incomum que ele era.
Kactus Kid, de Canini, em ação
Primaggio Mantovi, Fernando Ventura e Lancast Mota,
falando sobre a obra de Renato Canini
falando sobre a obra de Renato Canini
Em seguida, um encontro histórico e
emocionante.
Trinta anos depois, as pessoas que criaram e participaram da
fundação da AQC, se reuniram para falar de como foram esses anos de muita luta e conquistas. Na mesa, Jal e Gualberto Costa (Troféu HQ MIX), Bira Dantas,
Eduardo Vetillo e o mentor e mantenedor do Troféu durante muitos anos, Worney
Almeida de Souza.
Eduardo Vetillo, Worney A. Souza, Bira Dantas, Gualberto Costa, Jal
e o início da AQC
e o início da AQC
Desenhistas, jornalistas e fãs circulavam pelo Memorial e também pela plateia, ora acompanhando os filmes e debates, ora fazendo contatos e colocando a conversa em dia. Registro aqui a presença de Ivan Freitas da Costa, Nobu Chinen, Déddy Edson, Edgar Guimarães, Rodval Matias, Tony Fernandes, Will, Tomaz Edson e Denise Ortega, Aluir Amãncio, Laudo Ferreira Junior, Luigi Rocco, Wagner Moloch e Edson Gasparim.
DESVENDANDO O PRIMEIRO MESTRE
DESVENDANDO O PRIMEIRO MESTRE
O documentário inédito Desvendando Angelo Agostini, de Bira Dantas e Artie Oliveira,
mostrou um pouco da história do patrono da nossa HQ, muitas vezes
desconhecido do grande público, e também fez um balanço sobre os 30 anos
de criação da AQC, através de inúmeros depoimentos colhidos
especialmente para o filme.
RELEMBRAR OS QUE SE FORAM
Uma tradição do evento, é sempre relembrar e
homenagear os artistas falecidos no ano anterior e que tanto contribuiram para
os quadrinhos e as artes gráficas em nosso país.
Assim o publico pode ver e rever no telão, os
trabalhos de Cláudia Levay, Renato Canini, Eros Maichowicz, Amâncio, Dag Lemos, Antonio Luiz Cagnin, Moacy
Cirne e o Prof. Elídio dos Santos. Pura emoção.
FECHANDO COM CHAVE DE OURO
Às 17 horas teve início a entrega dos
troféus, e apesar da ausência de boa parte dos premiados, o que não faltou foi
emoção.
O prêmio de Melhor Desenhista foi para o
cartunista Shiko, autor entre outros da Graphic MSP Piteco Ingá, e que, por estar na Paraíba, foi recebido aqui pelo cartunista Bira Dantas.
Gustavo Duarte recebe o seu troféu
Outra ausência sentida foi a de Angeli,
eleito pelo público votante o Melhor Cartunista de 2013, representado no evento pelo
jornalista e colecionador Kendi
Sakamoto.
Kendi Sakamoto recebe o prêmio pelo cartunista Angeli
Ao subir no palco, a euforia tomou conta
dos desenhistas Flavio Soares e Lúcio Luiz.
Afinal, com apenas uma edição lançada ( estamos esperando as próximas) o
seu gibi infantil MENINOS E DRAGÕES faturou o prêmio de de Melhor Lançamento
de 2013.
Gualberto Costa, representou a galera da
PLATAFORMA HQ, belíssima coletânea gaúcha, que ganhou o prêmio de Melhor
Lançamento independente.
Thina Curtis, da revista Picles – Só
Mulherada, representou no palco, o pessoal do QUADRINHOS ÁCIDOS, de Londrina,
eleito pelo público o Melhor Fanzine.
Flavio Soares e Lúcio Luís
Gualberto Costa
O Prêmio Jayme Cortez desse ano, foi para
Sidney Gusman, que dispensa maiores comentários. Afinal, boa parte dos
premiados desse ano, foi editado por esse grande jornalista, que está fazendo a
revolução nos Estúdios Mauricio de Sousa. Por estar em viagem pela Europa, foi representado por um entusiasmado
e emocionado companheiro de trabalho: o desenhista
Mauro Souza, que além de Editor de Arte das Graphics MSP, também é o
responsável pelas belas capas dos gibis da turminha.
Mauro Souza recebe o prêmio por Sidney Gusman
ENFIM, OS MESTRES
O momento mais emocionante do evento ficou
para o final: a consagração dos Mestres desta edição. Este ano, foram três. Lourenço
Mutarelli, em período de filmagens, não pode comparecer para receber o prêmio
especial pelo seu trabalho, que foi além dos quadrinhos, chegando ao cinema e
teatro.
O cartunista Byrata, veio de Santa Maria,
RS, especialmente para o evento em que foi homenageado pelos seus mais de 30
anos de carreira. Em um discurso emocionado, o criador do personagem Xirú
Lautério, contou um pouco sobre sua carreira, sua luta e a de tantos outros quadrinhistas
do Rio Grande do Sul.
Bira Dantas falando sobre a carreira do cartunista Byrata,
novo Mestre do Quadrinho Nacional
novo Mestre do Quadrinho Nacional
PAULO PAIVA
Quando se pronunciou o nome de Paulo Paiva
Lima, a emoção tomou conta de todos. Estava ali, para receber seu troféu, o
criador dos personagens Chico Peste e Maciota, da Anacozeca (associação
nacional dos cobradores do Zé Carioca), o editor da Press Editorial e das revistas do Ary Toledo e de tantos outros trabalhos. Um ícone dos
quadrinhos nacionais, afastado há algum tempo por conta de um AVC, que
limitou-lhe os movimentos, mas não sua criatividade, demonstrada nas poucas
palavras bem humoradas.
Aplaudido de pé, por todos, Pepê, como é
conhecido, estava ali, recebendo talvez a primeira grande homenagem em toda a sua
carreira, cercado de amigos e admiradores de seu trabalho. Mesmo em situações
adversas, a garra e a determinação de Pepê quebraram todas as barreiras, e
cativaram até pessoas que o conheceram em momentos difíceis de sua vida. Como aquela mulher.
Foi a primeira pessoa que não fazia parte da organização do evento, a chegar ao Memorial. Acomodou-se em uma poltrona do auditório, e pacientemente esperou.
Foi a primeira pessoa que não fazia parte da organização do evento, a chegar ao Memorial. Acomodou-se em uma poltrona do auditório, e pacientemente esperou.
Acompanhou toda a programação
com seriedade, atenção e carinho.
E foi com essa mesma seriedade que ajudou a
salvar a vida do nosso Grande Mestre Paulo Paiva.
A moça que julgávamos ser
apenas uma fã ardorosa das Hqs (embora ela seja mesmo) era a Dra. Paula
Annunciato Fabris, médica neurocirurgiã, que operou o nosso Pepê, junto a
outros medicos e salvou-lhe a vida.
Ela vinha agora aplaudir de pé, mais uma
vitória do amigo que foi seu paciente, e que desde esse dia em diante transformou-a em sua fã.
Emocionante!
O ano que vem tem mais!
O ano que vem tem mais!
Paulo Paiva é só alegria, ao lado de sua companheira Suely Furukawa
e da Dra. Paula Annunciato Fabris
e da Dra. Paula Annunciato Fabris
Ao final, a equipe organizadora do evento sobe ao palco:
Fernando dos Santos, Alexandre Silva, Aparecido Norberto,
Worney A. Souza, Laís Barbosa (Memorial), Marcos Venceslau e Bira Dantas
AGRADECIMENTOS:
Franco de Rosa, Marcatti, Will, Jorge Rodrigues (COMIX), INARCO,
Laís Barbosa (MEMORIAL)
Suely Furukawa, Thina Curtis e Dra Paula Annunciato Fabris, pelas fotos
Worney A. Souza, Laís Barbosa (Memorial), Marcos Venceslau e Bira Dantas
AGRADECIMENTOS:
Franco de Rosa, Marcatti, Will, Jorge Rodrigues (COMIX), INARCO,
Laís Barbosa (MEMORIAL)
Suely Furukawa, Thina Curtis e Dra Paula Annunciato Fabris, pelas fotos